Um estudo profundo sobre a construção do Sete de Setembro como símbolo da Independência, com base na análise da cultura visual que envolve o tema.
A independência do Brasil resultou de um processo longo e conflituoso, que envolveu várias regiões e inúmeros atores. No entanto, esses episódios foram em grande parte obscurecidos em favor de uma narrativa oficial predominantemente europeia, pacífica, masculina e unificadora, que encontrou no Sete de Setembro seu mito fundador.
A partir de uma rica coleção de imagens, centrada no icônico quadro de Pedro Américo sobre o “Grito do Ipiranga”, Lilia Moritz Schwarcz, Lúcia Klück Stumpf e Carlos Lima Junior examinam a complexa formação da identidade nacional e como o tema da obra de Américo se transformou em símbolo da ruptura com a Coroa portuguesa.
Desde as tensões do Segundo Reinado e as rivalidades entre Rio de Janeiro e São Paulo até a ditadura e o governo Bolsonaro, este livro traça o percurso histórico que contribuiu para suprimir outras versões da Independência. Os autores revelam o que chamam de “uma política de sequestros”, originada no Sudeste, especialmente entre os paulistas, e posteriormente abraçada pelos militares.