Em Teologia da Alegria, John Piper apresenta uma das ideias centrais de seu ministério e de sua teologia: o conceito do hedonismo cristão. Para Piper, a alegria não é apenas um acréscimo à vida cristã, mas algo essencial para glorificar a Deus. Sua tese é provocativa: “Deus é mais glorificado em nós quando estamos mais satisfeitos Nele”.
Ao longo da obra, Piper confronta uma visão cristã muitas vezes marcada por dever árido e obediência sem paixão, propondo em seu lugar uma espiritualidade vibrante, centrada no prazer supremo em Deus. Ele argumenta que o próprio Deus nos ordena a sermos alegres Nele, e que isso não é uma sugestão opcional, mas um imperativo bíblico. Versículos como Salmo 37.4 (“Deleita-te no Senhor...”) são usados para demonstrar que a alegria em Deus é uma forma de obediência.
Piper fundamenta sua visão na tradição reformada, especialmente em pensadores como Jonathan Edwards, que via a alegria como expressão natural do verdadeiro amor por Deus. Ao mesmo tempo, o autor combate a ideia de que buscar prazer é, por definição, egoísta. O problema, segundo ele, não é o desejo por prazer, mas o fato de que muitas vezes o buscamos em coisas inferiores a Deus.
Outro ponto relevante no livro é a crítica à religiosidade formal e fria. Piper chama o leitor a uma vida cristã que transcende o mero dever moral, e convida à busca intensa por satisfação em Deus, especialmente em meio às dores e provações. Ele mostra que mesmo no sofrimento, há espaço para uma alegria profunda e duradoura, que não depende das circunstâncias.
Ao final da leitura, o que fica é uma visão profundamente bíblica e apaixonada da fé cristã: uma teologia que convida à transformação do coração, não apenas do comportamento. Teologia da Alegria é um chamado radical a amar a Deus não apenas com a mente ou com a vontade, mas também com as afeições.